quinta-feira, 28 de maio de 2015

Em seu primeiro ano no Brasil, Spotify planeja impulsionar artistas brasileiros fora do país

Nesta quinta-feira (28), o Spotify completa um ano de chegada a terras brasileiras. Segundo a empresa sueca, durante este tempo o país ouviu mais de 200 milhões de horas de música no aplicativo, o equivalente a 23 mil anos.

Para comemorar o sucesso e atrair mais pessoas para a plataforma, o Spotify contou a INFO que planeja exportar mais música brasileira e tornar o serviço um apoio para os artistas – já que, há um ano, 14% dos streamings no Brasil eram de conteúdo local e hoje esse número já subiu para 37%.

Além disso, mais de 11 milhões de playlists foram criadas por brasileiros, e o tempo de permanência na plataforma brasileira é de 104 minutos por dia.

Confira, a seguir, a conversa na íntegra que INFO teve com Roberta Pate, gerente de relacionamento com as gravadoras do Spotify Brasil:

Quais são os próximos planos do Spotify no Brasil? Alguma novidade já em vista?

A intenção é fortalecer o que já está muito bom. O brasileiro está sendo conquistado de uma maneira muito positiva, então temos que continuar assim.

Nós fizemos um trabalho muito legal ao longo desse ano, principalmente no último mês com o catálogo do Roberto Carlos (o Spotify incluiu os 61 álbuns do rei em seu serviço e liberou para todos os países), que foi uma super conquista para a gente, trabalhar junto com o artista e com a gravadora para poder apresentar o cantor para uma geração totalmente nova para ele.

Esse foi um projeto muito legal, e eu gostaria de fortalecer aqui no Brasil o engajamento dos artistas. Que eles vejam o Spotify tanto como uma plataforma comercial, porque eles recebem pelos streamings, como promocional, porque eles ganham um diálogo com o fã.

Eu também gostaria de exportar mais música brasileira, não só de artistas emblemáticos como o Roberto, mas de iniciantes. Então já estamos estudando quais músicas do Brasil fazem mais sucesso nos outros países. O objetivo é usar o Spotify como um apoio para esses artistas.

Com as novidades anunciadas na semana passada em Nova York, vocês acham que o Spotify será visto como plataforma, e não só como serviço de streaming?

Nosso objetivo é ser o lugar número um de entretenimento. Ontem eu li uma pesquisa dizendo que 93% das pessoas entrevistadas ouvem música 25 horas por semana. Então a gente sabe que as pessoas consomem muita música, mas elas também gostam de notícias, vídeos e outros. Então, por que não unir isso num só lugar?

Essas novidades têm a ver com o lançamento do Tidal [serviço de streaming do rapper Jay-Z], que também possui vídeos?

A gente não considera uma briga de serviços. Um ponto positivo de todos esses concorrentes é mostrar que o segmento de streaming está sendo valorizado e é uma nova aposta dos artistas. Já existe uma aceitação na classe artística de que o streaming é o modelo que agora está em ascensão.

Essas mudanças já vêm sendo pesquisadas há muito tempo, para lançar qualquer novo recurso a gente faz uma série de testes antes. É uma coisa que vem sendo estudada e pensada há muito tempo, bem antes do Tidal.

E quando esses novos recursos chegarão ao Brasil?

O recurso de Running será global, então acredito que nas próximas atualizações ele já chegue para a gente. O resto dos recursos terão uma expansão gradual, porque primeiro veremos como será a aceitação dos usuários e fazer os ajustes necessários. Depois terá o estudo de cada território, porque o conteúdo que a gente está lançando talvez não se adeque a todos os países. Terão acordos locais que precisaremos fazer. Então será gradual, não há uma data definida.

O Running deve chegar no começo de junho gradualmente. Primeiro chegará para iOS e depois Android. Mas o espaço entre um e outro será curto.

O Spotify fez parceria com diversos canais de mídia fora do país. O conteúdo entregue em vídeo aqui será o mesmo ou teremos produções brasileiras?

Os acordos feitos com os criadores de conteúdo são globais, mas a ideia é que a gente ofereça no Brasil um conteúdo para o brasileiro. A intenção é que ele seja totalmente adaptado, trazendo conteúdo relevante.

No ano passado, a Taylor Swift tirou suas músicas do Spotify alegando não receber o suficiente. Vocês acreditam que o valor pago aos artistas é justo?

A Taylor Swift tirou o serviço do ar no conteúdo freemium.  O freemium para nós é chave para todo o funcionamento. Mas, para conseguir converter o usuário [de grátis para pago] a gente precisa oferecer o mesmo catálogo. A oferta freemium é diferente da oferta premium, na verdade, porque têm diversas restrições no celular, anúncios, a qualidade do áudio é inferior.

Quando a gente fala de valor justo para o repasse, nós estamos falando em comparação com a pirataria. A Taylor Swift tirou o conteúdo dela do Spotify, mas deixou tudo no YouTube, que é totalmente grátis. No dia seguinte, ela era o primeiro conteúdo no torrent e no YouTube. Ela quis sair do freemium e nós tiramos também do premium, porque não queremos diferenciação no catálogo.

Os diversos fãs dela que estão na nossa plataforma tiveram que procurar conteúdo no YouTube e no torrent. Em comparação com esses serviços, a gente paga mais, obviamente. Isso é uma questão de escolha dela. No nosso site spotifyartists.com é possível ver vários gráficos com as projeções do que já foi pago e entender melhor essa parte do pagamento.



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